Stahl House, Pierre Koenig 1960
O projecto de uma casa é sempre um desafio. Ele desafia a família que o encomenda, pois na maior parte das vezes nunca nenhum dos seus membros reflectiu sobre qual era o seu conceito de casa ideal. Desafia o arquitecto, porque para conceber o projecto ele tem de dissecar os desejos dos seus membros e transformá-los num projecto. Esse projecto, para além de ser um meio de concretizar as utopias familiares do que é um lar, tem ser também uma consequência do exercício da profissão. Ser arquitecto implica uma vontade de interpretar esses desejos, muitas vezes antagónicos, e afirmar simultaneamente a sua autoria. Implica igualmente conciliar o resultado dessa reflexão, com normas e regulamentos concebidos para a generalidade quando nos é pedido um resultado individualizado. O programa da moradia, quando realizado para um cliente particular, é sempre uma quimera, e tal como todas as quimeras, ou se chega ao Olimpo, ou se morre na praia. Sem clientes exigentes e inteligentes não existem bons projectos. Pierre de Koenig teve muita sorte, e não esquecendo que a sorte se faz, em ter tido bons clientes, neste caso Carllota e Buck Stahl, que tiveram a inteligência de comprar o lote e pedir a Pierre de Koenig uma casa onde não se visse a casa, apenas a paisagem .
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